terça-feira, 24 de agosto de 2010

Encaro o fundo de um copo, vazio.
Encontro o nada.
E a cada copo vazio, sinto que morro.
Acendo um cigarro, enfumaçado.
Encontro o nada.
E a cada cigarro apagado no cinzeiro, sinto que morro.

E me matando aos poucos vejo que ainda vivo.
Ora, não quero me matar!
Quero viver!
Mesmo que seja dolorido.
Quero viver!

E quando eu jogo o copo fora e limpo meu cinzeiro
eu liberto de mim mesmo uma agonia insurportavél.
E vejo que sempre fui feliz.
E a partir de agora sempre serei

Olho pro céu, negro.
Encontro o tudo.
Olho dentro de mim, limpo.
E encontro o tudo.

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